Este espaço é destinado às construções em Biologia e Educação dos estudantes de Ciências Biológicas da UFSC

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ANÁLISE DE UMA IMAGEM DE UMA PROPAGANDA DA WWF

"Não compre souvenirs de animais exóticos."


A imagem em análise faz parte de uma campanha da WWF-Brasil (“organização não governamental brasileira dedicada à conservação da natureza”) contra o tráfico de animais, plantas e/ou produtos confeccionados a partir de matéria-prima animal, principalmente dos exóticos.
Tem como objetivo conscientizar as pessoas a não comprarem produtos feitos a partir de matéria-prima animal. Muitos compram esses objetos para levarem de lembrança de suas viagens, mas este comércio contribui para a extinção de várias espécies, pois acaba incentivando a caça ilegal.
O texto retrata um aeroporto moderno (presença de tecnologias) e em contrapartida à presença de uma mulher puxando uma mala que deixa um rastro de sangue, representando o comércio ilegal de animais exóticos (através de lembranças de animais ou produtos confeccionados com partes de animais silvestres).
Alguns pontos a serem observados:
- Uma mulher, símbolo de animal sensível, adotando uma postura cruel como a do tráfico ou caça de animais exóticos e contribuindo, assim, para uma possível extinção de diversas espécies animais e/ou vegetais.
- A situação acontece em um aeroporto, local de entrada e saída de pessoas, e uma das principais vias de acesso ao tráfico de animais ou plantas.
- O rastro de sangue pode simbolizar a morte dos animais traficados que morrem durante o trajeto por má acomodação dos mesmos (vários são colocados dentro de caixas com pouca ou rara circulação de ar e iluminação, além da falta de alimentos e água) ou de animais que foram mortos com o intuito de se obter matéria-prima para construção de peças a serem comercializadas (ex: patas de coelho, marfim de elefantes, morsas, hipopótamos, couro de jacaré, cobra, peles e outros).
- Como já foi citado anteriormente, não só os animais são traficados ou vendidos ilegalmente, plantas também são bastante comercializadas. Várias espécies raras são comercializadas e seus principais compradores são empresas estrangeiras que buscam a utilização de algum princípio ativo do vegetal na indústria ou decoradores de ambientes. A decisão pelo uso do animal na imagem da campanha, e não das plantas, se deve ao carinho e afeição que o homem tem pelos animais (principalmente os domésticos). Muitas vezes, a sociedade atribui (erroneamente) vida somente ao animal e não às plantas.
- Outra questão que podemos levantar é referente ao sistema de segurança dos aeroportos que, apesar de toda a tecnologia, muitas vezes não conseguem identificar o tráfico de animais e plantas que ocorrem com freqüência dentro dos terminais aéreos. Ao mesmo tempo, toda esta tecnologia, que também pode ter gerado muita destruição de animais e plantas (para limpar o local, extrair matéria-prima para a construção) não está em evidência - ou seja: não "enxergamos" que, apenas de usarmos os aeroportos, já podemos estar contribuindo muito para a extinção de espécies...
- Por fim, destacamos o uso da mulher na campanha. Dá a entender que só mulheres, por causa da sua vaidade, compram objetos confeccionados com a matéria-prima animal, e contribuem assim com o tráfico de animais.
Podemos concluir, depois de todos os pontos levantados, que a imagem utilizada na campanha é impactante, buscando conscientizar a população atingindo, principalmente, o emocional de cada um. Por exemplo: uma pessoa pode adquirir um utensílio (produto, objeto) produzido através matéria-prima animal, mas só irá pensar nas consequências do seu ato, depois que ver um rastro de sangue deixado pela sua nova aquisição.

Isadora Vasques, Josiane Barcelos Dutra e Mayara Schmitt

4 comentários:

  1. (Cláudia Patrícia, Yuri, Thalita): Bastante interessante a imagem, realmente chocante,incentivando o boicote as "lembrançinhas" feitas com animais exóticos. É importante ressaltar que existem animais exoticos que podem ser comercializados com autorização do ibama (inclusive existe até um site (o biomania)para aquisição destes. Existe a Central autorizada pelo IBAMA para confecção de souvenirs de borboletas provenientes de criação autorizada para esse fim.Voltando a imagem, ao nosso ver, entendemos que não só devemos evitar comprar souvenirs de animais exóticos provindos de biopirataria, como também de qualquer meio, ainda que autorizad. O grupo poderia ter focado mais na questão da matéria prima utilizada para fazer as lembrançinhas, como os órgãos de animais utilizados como afrodisíacos, casacos de pele, dentre outros. Focando esta imagem da wwf, acreditamos que não trata da biopirataria de animais em si, e sim o produto oriundo destes já transportado por um comprador que muitas vezes nem sabe que aquele animal é extinto ou exótico. Tem haver também com a cultura local daquele Estado ou país, e suas crendices. No caso dos aeroportos, eles possuem políticas de segurança para transportes de animais e plantas, porém, nesse caso, trata-se de lembranças feitas com matéria prima animal,o que não é proibido.

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  2. Grupo:Antonio, Sabrina e Natalia
    Vale lembrar que uma pequena parcela dos animais de traficados são traficados para criação ilegal em cativeiro, a maioria das vezes, casos domésticos, mas para que “um” que chague vivo ao destino, muitos chagam mortos, e depois que esse “um” se acostuma com a vida em cativeiro é quase impossível de ser re-introduzido na natureza. A reprodução em cativeiro é raríssima na maioria dos casos. É o que acontece com muitos animais. Em Santa Catarina esse é o caso do Papagaio-de-Peito-Roxo (Amazônia vinacea), entre outros exemplares que estão na lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção.
    Algo não tão relevante, mas que merece uma pequena parcela de atenção é que, pelas vestes da mulher da imagem, vê-se que ela está vindo de um país tropical, podendo ser o Brasil, um dos países que mais de biopirataria.

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  3. Comentário

    Interessante o tema da imagem. Vamos apenas ressaltar alguns pontos que poderiam ser mais abordados pela análise.

    Há uma mística envolvendo a palavra ‘exótica’, cujo uso popular está associado a coisas esquisitas, extravagantes. O grupo poderia ter explicado o significado para evitar dúvidas. Com isso, pode ocorrer um erro ao relacionar um bicho, uma planta ora mesmo um prato de comida esquisito/diferente do habitual/engraçado, contudo nativo, à palavra ‘exótica’. Como um bicho/planta pode ser nativa e exótica ao mesmo tempo, sendo que são palavras antônimas? Exótica faz-se referência a algo que não é originado no país, ou seja, que vem de fora. Nativo, em contrapartida, é algo originado no mesmo país.

    A imagem aborda principalmente a compra, mas convenhamos também com a extração, ilegal de ‘souvenirs’ por turistas enquanto viajam, ao se depararem com ‘surpresas’ não planejadas [ou em alguns casos, muito planejadas], e por conseqüência aceleram o processo de extinção das espécies nativas, para o vendedor, ou exóticas, para o turista comprador. Visa à conscientização/orientação através da cena.

    Entre tantas ‘surpresas’ possíveis em suas viagens, podemos citar: um vendedor de bichos -literalmente- exóticos (répteis, aves etc.), ou uma linda planta que ele (turista) nunca viu pelas redondezas de seu longínquo país, ou ainda aquele elefante com um ‘belo’ marfim ou uma Panthera sp. que faltava para sua coleção de tapetes.

    Será que os benefícios (geralmente decoração ou vestimentas, mas também ‘remédios’ e afrodisíacos chineses ou africanos com partes de animais como p. ex. tigre, cavalo marinho, rinoceronte etc.) que esses ‘souvenirs’ trazem superam os malefícios (extinção e aprisionamento/ transporte/ venda em condições precárias de animais silvestres)? Será que o ser humano permanecerá egocêntrico ao ponto que, um dia, acabará extinguindo-se? Quais fatores interferem nas decisões tomadas por cada indivíduo, que acabam por prejudicar o meio em que vivem e, por conseguinte a si próprio? Será a cultura, a educação, o ambiente, as relações interpessoais, as grandes mídias?

    Daniel Cruz, Luiz Carlos e Edna.

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  4. A análise de vocês está show, mas os comentários dos colegas complementariam-na de forma muito, mas muito boa. Recomendo que incluam estas ideias ao longo do texto e pensem um pouco mais sobre uma outra coisinha: vocês percebem a inconsistência do contraste entre uma propaganda da WWF e a imponência tecnológica do aeroporto? O quanto se tornou natural para a gente este tipo de construção, as viagens de avião, nossa indústria cotidiana? Mesmo numa propaganda que visa à preservação do meio-ambiente? Nesse caso, uma única prática de agressão ao ambiente é focada, apagando-se todas as demais que envolvem a extração de matéria-prima, a manutenção e uso de aerorportos e aviões... ou seja, evidencia-se um tipo de consumo: o de produtos oriundos de animais exóticos, mas, através dele, apaga-se todos os demais... do nosso cotidiano, aqueles que achamos normais... que tal? Por que só alguns seres vivos devem ser privilegiados?

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